Maria José Varela de Souza é psicóloga e trabalha no Hospital Dona Helena, onde foi uma das principais articuladoras do programa Pró-Humano, implantado em 1996. Casada, mãe de Luiza (13) e Gustavo (8), ela coordena o programa, voltado à humanização do atendimento ao paciente, que inclui ações diversas como o projeto Hospirrisos, em parceria com o Bom Jesus-Ielusc e Studio Escola de Atores, suporte e integração do trabalho das voluntárias, que visitam os pacientes da instituição para oferecer conforto espiritual, além do coral Maria Carola Keller, entre outras atividades.
Qual a importância do programa de Humanização e como ele é vivenciado? Eu vejo o Pró-Humano como inspiração para todas as demais ações realizadas na instituição. Porque ele foca na sensibilização das pessoas para que possamos “enxergar” melhor o outro. Um paciente é um complexo conjunto , que demanda uma atenção integrada. Não somos apenas uma doença. É preciso desenvolver esta empatia que vai fazer com que possamos atender cada vez melhor as pessoas que nos procuram em busca de ajuda. Por isso, precisamos incentivar a constante reflexão sobre isso –e também sobre os principais conflitos éticos inerentes ao atendimento em saúde. Foi, aliás, no âmbito do Pró-Humano, que nasceu o Simpósio Catarinense de Bioética, realziado anualmente pelo Hospital Dona Helena e que chegou à 12ª edição em 2011.
Você também canta no Coral Maria Carola Keller. Como avalia este grupo vocal no contexto do Pró-Humano? A música é um alimento para a alma. É também um bálsamo, alivia a dor, conforta e acalma. O coral Maria Carola Keller tem essas duas vertentes de humanização: é uma oportunidade para os profissionais que atuam como coralistas de vivenciar experiências importantes como a comunicação mais direta e transparente, o “enxergar” o outro. Para o paciente, claro, há pesquisas científicas que atestam os benefícios da música. Neste ano, ainda estaremos interagindo mais diretamente com o joinvilense, fora do ambiente hospitalar, pois apresentaremos nosso auto de Natal na Praça da Bandeira, dia 19 de dezembro, às 20h.
E como você concilia tantas atividades – mãe, esposa, psicóloga, coordenadora do Pró-Humano,voluntária, coralista…? Eu acho que com muito amor, paixão e extrema dedicação é possível exercer plenamente cada um desses papéis, em seus momentos. Mas considero importante que a gente faça tudo isso de forma a que seja possível se entregar totalmente a cada um deles. Não posso ser metades – ninguém deveria ser. Precisamos ser “inteiros” em dedicação às demandas da vida, para poder também vivê-la com plenitude.