O chef italiano Domenico D’Imperio, natural de Nápolis e residindo desde agosto de 2012 em Itajaí, já sabia desde muito cedo qual seria sua profissão. Com apenas 14 anos, mesmo a contragosto de seu pai, um diretor de banco nos anos 80, Domenico resolveu entrar na escola de Hotelaria e Turismo. E depois de passar por renomados restaurantes da Itália consagrando-se “um verdadeiro chef de cousine”, resolveu abrir no final do ano passado, com sua mulher a joinvilense Geórgia Cagneti, o restaurante Cucina D’Imperio, localizado na Praia Brava (Itajaí).
Quando descobriu que gostaria de ser “chef de cousine”? Desde pequeno quando ajudava minha mãe na cozinha.
Conte-me como foi o início de sua carreira até os dias de hoje. Primeiro tive que convencer meu pai que queria entrar para a escola de Hotelaria e Turismo, para ser chef de cozinha. Então fui morar no internato de uma das melhores escolas de hotelaria da Itália. Após três anos como interno, voltei pra casa e comecei a trabalhar como auxiliar de cozinha em alguns restaurantes da cidade. Na Itália você não sai da escola/faculdade com o título de chef, esse título ganha-se somente através do trabalho. Assim fui crescendo e aprendendo muitas coisas com outros chefs. Em 1995 comecei a trabalhar no restaurante do Hotel Il Pelicano que tem 2 estrelas Michelin. Dali saí para ser executive chef do Hotel Le Tre Vaselle que pertence à família Lungarotti, produtora de vinho da Umbria. Durante o tempo que trabalhei lá não parei de fazer cursos de aperfeiçoamento. Após 12 anos em Torgiano, vim para o Brasil onde nasceu a Cucina d’Imperio.
Em que cidades já trabalhou ou ministrou cursos e palestras? Sempre adorei viajar, por isso comecei a fazer experiências no exterior desde muito cedo. Morei em Barcelona, Miami, Bologna, Florença, Capri, Ischia, Torgiano e agora Praia Brava. Ministrei cursos por toda a Itália, inclusive ilhas, Malta, Sri Lanka, Suécia, Suiça, Bélgica, Polônia, Portugal, Brasil e nos EUA.
Por que resolveu montar restaurante no Brasil? Além de o Brasil ser um país em plena expansão, o que nos permite sonhar um pouco mais do que na Europa, a Praia Brava é um lugar mágico e as pessoas são muito receptivas. Mas isso não seria suficiente para me fazer deixar minha terra. Minha mulher é joinvilense, toda a sua família vive aqui e nos deu todo o apoio nessa mudança radical de vida. Principalmente minha sogra, que foi a primeira a vir para a Brava.
Qual o grande diferencial no preparo de seus pratos? Tento desfrutar o que o terra tem de melhor, usar alimentos frescos, respeitando seu preparo. No restaurante não usamos colorantes, conservantes, etc. Um bom azeite de oliva é o que dá o toque final nos pratos. Ah, não posso esquecer das ervas da horta aqui do restaurante, que planto e uso nos meus pratos.
Quais são suas especialidades? Adoro improvisar, ter que inventar novas receitas com o que encontro pela frente. Mas acho que o meu forte mesmo são massas e risotos.
Algum sonho que ainda queira realizar? Sonho em construir uma marca, sinônimo de boa cozinha, receptividade e cultura.
O que gosta de fazer nas horas livres? Mar, viagens, sol, praia e gastronomia, tudo isso junto com a minha família. Viver as descobertas do meu filho Bartolomeo é atualmente o meu maior hobby.